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Câncer de Mama

Introdução

O Câncer de mama é o câncer mais freqüente na mulher brasileira, sendo estimado que ocorreram 57.960 novos casos em 2017. Portanto é um problema de saúde importante. Apesar de todo o avanço no diagnóstico precoce ainda temos um percentual significativo de pacientes com tumor em estádio avançado.
Este manual tem o objetivo de ajudar as pacientes com câncer de mama com informações que a deixe em condições de lutar juntamente com a equipe que a assiste nesta árdua jornada de enfretamento da doença, em que a informação é fundamental.

Fatores de Risco

O principal fator de risco é ser mulher, já que o câncer de mama em homem é raro. Outros fatores sabidamente associados a um aumento do câncer de mama são: primeira menstruação precoce; início tardio da menopausa; ter o primeiro filho depois dos 30 anos de idade; não amamentar; história familiar de câncer de mama, ovário e cólon; biópsia prévia de mama com diagnóstico de hiperplasia atípica; uso por longos períodos de reposição hormonal; sedentarismo; aumento de peso; alimentação rico em gorduras saturadas, álcool. No entanto, cada fator destes isolado tem uma importância pequena.

Embora o câncer de mama seja uma doença genética, ou seja, é necessário uma alteração no material genético(DNA), vários fatores (citados acima) aumentam o risco de desenvolver a doença. Nosso organismo está o tempo todo sofrendo mutações que podem levar ao desenvolvimento do câncer, no entanto, existem vários mecanismos que também trabalham para evitar que estas mutações sigam em frente e o câncer se desenvolva ou não.

É fundamental uma mudança de comportamento para diminuir os riscos de câncer. Entres estas mudanças as mais importantes são: manter uma atividade física regular; manter o peso ideal; não fumar; não ingerir bebidas alcoólicas; meditar; controlar o estresse; manter uma alimentação rica em fibras, vegetais, legumes, verduras, peixes e carnes brancas.

Cerca de 5-10% dos casos de câncer de mama são hereditários, ou seja, passam de pais para filhas. Nas famílias onde ocorre esta situação geralmente existe três ou mais casos de mulheres com câncer de mama, e geralmente as mesmas tem menos de 50 anos de idade quando são diagnosticadas com o câncer de mama. Nestes casos está indicado uma avaliação genética, coleta de exame de sangue para pesquisa de alterações no material genético(DNA) e aconselhamento genético.

Sintomas

O principal sintoma do tumor de mama é a presença de um nódulo de consistência endurecida e bordas irregulares e geralmente indolor. Outros sintomas são: inchaço na pele da mama, aumento do volume da mama, sangue pelo “bico” do peito, coceira persistente no “bico” do peito, caroços na axila, vermelhidão da mama.

O surgimento de coceira no bico do peito, persistente e associado a descamação , sangramento ou uma ferida deve ser avaliado imediatamente, pois pode ser um tipo de câncer raro, chamado doença de Paget.

No entanto é fundamental que o diagnóstico seja realizado em uma fase em que a paciente não apresente nenhum sintoma. Daí a importância da realização de uma consulta anual com mastologista principalmente a partir dos 30 anos de idade, para as pacientes que não tem casos de câncer de mama na família. Para as que têm casos de câncer de mama na família esta avaliação deve começar aos 25 anos de idade.

Diagnóstico

O padrão para o diagnóstico do câncer de mama precoce ainda é a mamografia. A ultrassonografia é realizada quando surgem dúvidas na mamografia, ou seja, não tem indicação de ser realizada em todas as pacientes. Pode inclusive aumentar as taxas de biópsias desnecessárias.

A ressonância magnética das mamas também está indicada em algumas situações específicas, não está indicado de rotina. Atualmente é indicada principalmente para avaliar prótese mamárias no caso de suspeita de ruptura, em suspeita de recidiva após tratamento conservador do câncer de mama e avaliar resposta a quimoterapia, quando esta é realizada antes da cirurgia.

A ressonância de mamas realizada de rotina após a paciente receber um diagnóstico de câncer de mama, não encontra respaldo na literatura médica. Existe um aumento das taxas de mastectomias superior a 10% quando se adota este método de forma rotineira. E o aumento das taxas de mastectomias não são acompanhadas de aumento das taxas de cura , ou seja , ocorre um aumento do número de mulheres que irão perder suas mamas de forma desnecessária. É prudente questionar o seu médico por que ele está solicitando uma ressonância? Ao contrário do que normalmente se pensa, o aumento da taxa de detecção de lesões adicionais com a ressonância não aumenta a chance de cura da paciente. A radioterapia que é realizada após a cirurgia de preservação da mama , elimina estes focos adicionais identificados pela ressonância. Lembrar que a mastectomia com reconstrução é uma cirurgia maior e com mais complicações do que a cirurgia em que a mama é preservada.

Uma vez identificado uma lesão mamária suspeita de câncer, se realiza uma biópsia orientada pela mamografia e/ou ultrassongrafia. A biópsia é a retirada de um fragmento da lesão suspeita, geralmente é realizado pelo radiologista ou mastologista utilizando anestesia local, sem necessidade de internação. Em alguns casos, entretanto, as pacientes necessitam de uma biópsia realizada em centro cirúrgico, principalmente , quando persiste dúvidas após a realização de uma biópsia orientado por ultrassonografia ou mamografia.

Para as mulheres assintomáticas a mamografia está indicada anualmente a partir dos 40 anos de idade. O Ministério da Saúde do Brasil recomenda a partir dos 50 anos de idade como medida de saúde pública. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda a partir dos 40 anos de idade. A diminuição da mortalidade é da ordem de 30% para as pacientes acima de 50 anos de idade . Para as mulheres dos 40 aos 50 anos, a diminuição da mortalidade é inferior a 20%.

Tratamento

O tratamento do câncer de mama é multidisciplinar , ou seja , é necessário a participação de vários profissionais. Os principais profissionais envolvidos no tratamento são: médico mastologista ,médico oncologista clínico(quimioterapia), médico radioterapeuta, cirurgião plástico, fisioterapeuta, psicólogo , psiquiatra, nutricionista, enfermeiro, assistente social. Cada um deles com uma missão muito importante para ajudar as pacientes a superar todos os desafios que é o tratamento do câncer de mama.

Quanto mais precoce o diagnóstico , mais simples é o tratamento. Os tumores de mama se dividem em dois grandes grupos. O primeiro são os carcinoma chamados “in situ”, que são tumores pequenos ,geralmente diagnosticados pela mamografia de rotina e a paciente não apresenta nenhuma queixa. Estes tumores não apresentam metástase, ou seja , disseminação da doença para outros órgãos distantes , portanto , a chances de cura são praticamente de 100%. Os carcinomas in situ podem ser lobular ou ductal. O carcinoma lobular in situ é considerado um marcador para câncer de mama , não estando indicado a realização de radioterapia.

O outro grande grupo são os tumores chamados invasivos, mas , mesmo estes tumores são curáveis na grande maioria dos casos , se o diagnóstico é realizado numa fase em que o tumor ainda não se disseminou para a axila(linfonodos- gânglios linfáticos). Portanto é fundamental que todas as mulheres principalmente as acima de 30 anos de idade procurem o mastologista para seu exame anual, para que possamos ter cada vez mais , um diagnóstico precoce e curar a grande maioria das pacientes. Atualmente a recomendação da maioria das sociedades médicas mundiais é a realização da mamografia digital anual a partir dos 40 anos de idade para o rastreamento do câncer de mama. No entanto temos visto cada vez mais pacientes abaixo de 40 anos com câncer de mama , de modo que , é importante um exame físico detalhado da mama para tentarmos detectar o mais precocemente possível. Para as pacientes que tiveram mãe, irmã ou filha com câncer de mama , deve-se realizar a mamografia a partir dos 35 anos de idade.

Para as mulheres com mutação de BRCA ou risco de Gail superior a 25%(calculado pelo mastologista) a ressonância das mamas deve ser realizada a partir dos 25 anos de idade ou 10 anos antes da idade da paciente mais jovem que teve câncer na família. Não está claro, do ponto de vista científico, se deve ser realizada anualmente ou cada seis meses.

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